Ouço falar dessa session há miliano, mas sempre achei que era meio lenda. Agora a lenda está desfeita. Se liga na história:

Dizzy Gillespie é uma lenda do jazz norte-americano, um dos criadores do bebop e deixou canções momoráveis como ‘Salt Peanuts’ e ‘A night in Tunisia’.

Durante uma de suas passagens pelo Brasil, Dizzy tinha a idéia de gravar um disco com uma bateria de Escola de Samba, mas diante dificuldades de colocar essa turma toda num estúdio, optou por uma banda que tocasse o ritmo. A escolha foi acertada, Dizzy gravou o disco com o Trio Mocotó.

Depois de três dias no Estúdio Eldorado, João Parahyba (percussão), Nereu Gargalho (pandeiro) e Fritz Escovão (cuíca) puderam se gabar por ter tocado com o pai do bebop. Mas não por muito tempo, porque as gravações jamais viram a luz do dia. Dizzy voltou para casa com todo material embaixo do braço e perdeu as masters.

Toda essa história já havia virado lenda do mercado brasileiro. Haviam testemunhas oculares, mas prova nenhuma dessas gravações. Até que um velho amigo de Dizzy, o produtor suíço Jacques Muyal, da LaserSwing Productions, encontrou o material e resolveu lançá-lo em disco. Rezava a lenda que Dizzy fazia sessões intermináveis de meditação no chão do estúdio e que Parahyba havia se re-encontrado com Dizzy num festival de jazz em Estocolmo e o trumpetista não se lembrava das gravações.

Essas gravações, que além do Trio Mocotó, também contaram com a guitarra de Al Gafa, o baixo de Earl May, a bateria de Mickey Roker e os vocais de Mary Stallings em ‘Evil Gal Blues‘, dueto com Dizzy.”

Dizzy Gillespie No Brasil (c/ Trio Mocotó)

1. Samba
2. The Truth
3. Dizzy’s Shout (Brazilian Improvisation)
4. Evil Gal Blues
5. Behind The Moonbean
6. Rocking With Mocotó

Via. Eu Ovo

Preview: The Truth
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