Baco Exu do Blues é um MC de Salvador que conseguiu destaque nacional com a faixa “Sulicídio” ao lado do pernambucano Diomedes Chinaski onde criticava a falta de reconhecimento do rap produzido no Nordeste e o fato de somente os grupos do Sudeste se destacarem. Com essa faixa ele atraiu os comentários mais raivosos pois citava diretamente artistas de destaque do rap nacional. Quase deu treta. Como não sou fã de tretas do rap, nem me aprofundei no assunto, porém posteriormente o rapaz de 21 anos começou a mostrar o seu valor e agora com os holofotes devidamente apontados.
“ESÚ” é o seu álbum de estreia e já veio criando polêmicas devido a arte provocativa da capa inspirada no trabalho do fotógrafo baiano Mario Cravo Neto e o título que junta Jesus e Exú em ESÚ. Porém, no conteúdo escutamos um MC com trabalho diferenciado. Nas letras, Baco gera discussões internas entre o bem e o mal, vida e morte, o divino e o humano e assuntos como racismo, xenofobia e preconceito religioso. Sempre de forma agressiva e provocadora. No som, o produtor carioca Nansy Silvvs criou beats modernos seguindo a tendência mundial no hip-hop com BPMs lentos e graves acentuados, porém os samples reverenciam a identidade nordestina e africana que Baco quer imprimir. Em meio a tanta coisa igual no rap, Baco dá um suspiro de singularidade no gênero no Brasil. Vale o confere!
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